Bom dia, sábado! Quem adora acordar mais tarde no final de semana? Como é bom... quando não se tem filhos pequenos em casa! No meu caso, 6h30min foi o horário de início do dia. Mas foi um início lindo! Minhas duas princesas acordaram e prepararam um café da manhã para levar para nossa cama: biscoito de maizena, iogurte e o que restou do bolo de banana de ontem. Levaram numa bandeja de plástico azul, da brinquedoteca delas. Achei a coisa mais linda do mundo! O despertar foi cedo, foi difícil acordar, mas vamos seguir o dia e, melhor: sem precisar trabalhar no home office!
Minha filha de três anos perguntou, logo de manhã cedo: "Mãe, acabou o Coronavírus?". Oh... quisera eu poder dizer que sim! Mas não ainda. O jeito é pegar um ar fresco na garagem de casa e brincar com massinha de modelar. E de lego. E de patinete. E de pega-pega. E de esconde-esconde. Ou seja: sábado só em casa cansa mais do que sair. Então a gente volta para dentro da casa.
Começo a pensar que as contas da casa vão aumentar significativamente. Moramos em Salvador, cidade quente, acabamos tomando mais banhos do que o usual - aumento na conta de água. Ligamos o ar-condicionado em plena tarde, para driblar o calor, sem falar no uso de computadores e televisão - aumento na conta de energia, que já não é barata. Numa situação em que as pessoas tendem a ganhar menos dinheiro, ter aumento nas coisas assusta um pouco.
Minha filha pequena agora aprendeu a perguntar para tudo: "Como você sabe?". Manu, não sobe aí porque você vai cair... "Como você sabe?". Manu, está na hora de dormir... "Como você sabe?". Manu, sorvete só pode depois do jantar... "Como você sabe?". Acho que é uma pergunta que faz, realmente, muito sentido para entender as coisas. Tem certas coisas que nem eu sei como eu sei. Amo as filosofias das crianças.
Fiz o almoço de novo e aprovei minha nova receita de
batata rosti feita na fritadeira. A sobremesa de maçã também ficou gostosa. Certo que vou engordar nessa quarentena! Novidade do dia: depois de 10 anos compartilhando o mesmo teto, meu marido finalmente aprendeu a lavar a louça. Foi, sem dúvida, uma conquista. Depois percebi que ele não lavou tudo... deixou umas coisinhas de lado. Mas foi um bom começo.
Consegui cochilar de tarde, junto com a pequena. E depois, resolvemos fazer sessão de cinema em família:
Os smurfs 2. As meninas já tinham assistido, mas continuam se divertindo muito cada vez que assistem novamente.
Não sei como tem sido no celular de vocês, mas o meu deve, provavelmente, entrar em colapso. Eu tenho "TOC" com relação a mensagens não lidas, não gosto de ver a bolinha vermelha indicando quantas mensagens não li ainda. Então, quando acesso o Whatsapp, tento abrir todas as conversas para zerar a conta. E consigo! Só que cinco minutos depois, já tem mais de 200 mensagens novas!! Como dar conta disso, gente? Hoje decidi que não vou mais ler todos os textos, abrir todos os links e assistir a todos os vídeos. It's too much! Para manter a sanidade, não tem como dar conta de tudo, é preciso priorizar.
Meu cunhado foi ao supermercado hoje e tivemos um trabalhão para limpar com lenços umedecidos em álcool 70 cada um dos produtos trazidos para dentro de casa, mais a chave do carro, o celular, a carteira. Tira o sapato e vai direto pro banho, cunhado! É tenso. Ao mesmo tempo, penso se esse não deveria ser o procedimento padrão do que trazemos para dentro de casa.
Já eu resolvi me aventurar numa ida à farmácia. Primeira vez que encontro vaga para estacionar na frente da drogaria. Dentro do estabelecimento, faixas amarelas para demarcar o espaço em que podemos transitar, para não nos aproximarmos muito dos atendentes, que usam máscaras o tempo todo. Mesmo procedimento de chegada em casa, limpando tudo com álcool. Depois, lavar bem as mãos, conforme os 80 vídeos que já recebi instruindo como fazê-lo.
Como é noite de sábado, a tradição da família é deixar as meninas dormirem no nosso quarto - só uma vez na semana pode! Levamos os colchões, arrumamos as camas, escovamos dentes, fizemos oração. Foi então que a pequena começou a demonstrar suas preocupações: "Mamãe, por que Deus não usa os poderes dele no coronavírus?" "Mamãe, e se Deus se machucar?" "Você sabia que Ele é amigo de Noé e eles moram no céu?" "E se todos eles se machucarem, como a gente fica?" Ela chorou. Com razão. Eu dei colo, consolo e garanti que Deus está cuidando de todos nós e que o coronavírus não é maior que o amor dEle.
Percebi: as preocupações de minha filha de 3 anos são mais legítimas do que a da maioria dos adultos, nessa circunstância. Melhor continuar orando.