Há alguns dias tenho repetido uma rotina de percurso que me mantém dentro do carro no horário das 18 horas, invariavelmente. Everyday. De segunda a sexta-feira. Já que o recomendado é não usar o telefone celular enquanto se está dirigindo, que muito menos se pode ter acesso à internet, e que cansei dos CDs que tenho no veículo, acabo buscando nas rádios locais alguma distração, a sorte de tocar durante aquele percurso a música que estou gostando. Afinal, já que não há outro jeito a não ser encarar o trânsito, que seja da “menos pior” maneira.
Dia desses, trocando de uma estação a outra, qual não foi minha surpresa ao me deparar com um costume que eu pensava estar extinto: a Ave-Maria das 18 horas. Dentre tantas interpretações, que costumamos conferir inclusive em cerimônias de casamento, uma das minhas preferidas é essa de um espetáculo do Andre Rieu, interpretada por Mirusia Louwerse.
Esse costume que veio de Portugal permanece. Vem de um tempo em que as pessoas não usavam relógio e que a marca do final de um dia de trabalho era dada por essa canção-oração. Era o momento de todos rezarem juntos. O momento que não é nem dia, nem noite. É mistério. É reflexão do que já foi e anúncio do que está por vir.
Escute.
A música, tão sensivelmente interpretada, traz uma certa tranquilidade. Paz.
Em seguida, uma ponta de solidão.
E gratidão.
Certeza de que a humanidade é capaz de realizar o sublime.
É arte.
É o que relaxa. Um toque de religiosidade no meu dia.
Não é apenas ouvir. É o que nunca canso de sentir.
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2 comentários:
O que não se cansa de ouvir
Achei lindo
Bjos menina
lindo!!!!!!
Bjs
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