quinta-feira, 13 de maio de 2010

A Ave-Maria

Há alguns dias tenho repetido uma rotina de percurso que me mantém dentro do carro no horário das 18 horas, invariavelmente. Everyday. De segunda a sexta-feira. Já que o recomendado é não usar o telefone celular enquanto se está dirigindo, que muito menos se pode ter acesso à internet, e que cansei dos CDs que tenho no veículo, acabo buscando nas rádios locais alguma distração, a sorte de tocar durante aquele percurso a música que estou gostando. Afinal, já que não há outro jeito a não ser encarar o trânsito, que seja da “menos pior” maneira.

Dia desses, trocando de uma estação a outra, qual não foi minha surpresa ao me deparar com um costume que eu pensava estar extinto: a Ave-Maria das 18 horas. Dentre tantas interpretações, que costumamos conferir inclusive em cerimônias de casamento, uma das minhas preferidas é essa de um espetáculo do Andre Rieu, interpretada por Mirusia Louwerse.



Esse costume que veio de Portugal permanece. Vem de um tempo em que as pessoas não usavam relógio e que a marca do final de um dia de trabalho era dada por essa canção-oração. Era o momento de todos rezarem juntos. O momento que não é nem dia, nem noite. É mistério. É reflexão do que já foi e anúncio do que está por vir.

Escute.

A música, tão sensivelmente interpretada, traz uma certa tranquilidade. Paz.

Em seguida, uma ponta de solidão.

E gratidão.

Certeza de que a humanidade é capaz de realizar o sublime.

É arte.

É o que relaxa. Um toque de religiosidade no meu dia.

Não é apenas ouvir. É o que nunca canso de sentir.

2 comentários:

Moni disse...

O que não se cansa de ouvir

Achei lindo
Bjos menina

mãe disse...

lindo!!!!!!
Bjs