terça-feira, 21 de julho de 2009

Pensando nos amigos e amigas...

Foi minha prima-amiga quem pediu, mas a ideia de escrever um texto especialmente para esse Dia do Amigo é antiga. Pensei, pensei, pensei em algo sobre a amizade que se adequasse a todos, com o qual todas as pessoas se identificassem, mas a única coisa na qual eu conseguia pensar quando o assunto é “amizade” era nas minhas amigas e amigos. Tudo bem que já está quase no finzinho do dia... (Ops! Já passou da meia-noite!) Mas amizade não depende de datas.

Fui lembrando de cada uma de minhas amigas e da história de cada uma dessas amizades. E me dei conta de que, ao apresentá-las para outras pessoas, o adjetivo nunca é apenas “amiga”, sempre tem um complemento: “essa é minha amiga X, da faculdade”, “essa é minha amiga Y, do trabalho”, “essa é minha amiga N, vizinha”. O tal complemento normalmente se refere à origem da amizade, que pode ser das mais remotas às mais recentes.

Tem amizade mais antiga e mais verdadeira que da própria mãe? Que orgulho dizer: essa é minha mãe e amiga! Amiga para todas as horas, para dar colo, para ajudar nas mudanças, para conselhos. Tão amiga quanto as amigas irmãs (de sangue mesmo). Amigas para sempre, de longe ou de perto. Como diz minha amiga-irmã Desirée: esse “casamento” é pra vida toda, para os momentos bons e para os ruins. Porque amizade também é um tipo de casamento, de união. Só dispensa o sexo e a convivência na mesma casa. Ou nem isso! Tantas amigas que moram juntas! Eu mesma já morei com uma amiga-ex-cunhada. Amizade também pode ser dividir as contas por algum tempo.

Lembro das amigas que intitulo “de infância”. A vizinha do prédio que não vejo há anos e que agora já comprou passagem para me visitar. A coleguinha de sala que continuou colega do magistério e que, apesar dos diferentes rumos, continua sendo a amiga do peito, mãe do meu afilhado e confidente incondicional. E as amigas que já eram crescidas quando eu ainda era criança, a amiga-cunhada, as amigas-primas para quem escrevi minhas primeiras cartas e com quem não abria mão de passar o maior tempo possível. Aliás, uma delas já gerou minha amiga-priminha, a linda Roberta que estampa a porta da minha geladeira e me enche de saudades. São amigas de todas as gerações: desde a mãe de todas, a tia, até a mais novinha e encantadora.

Mas eu não acredito que amizade verdadeira exista apenas entre pessoas do mesmo sexo. Além do meu amigo-irmão (o melhor de todos!), tenho meus amigos do tempo do mestrado, mesmo que a proximidade já não seja a mesma. O negócio é que amizade não se exclui da lista de contatos. E os amigos que são ex-alguma coisa: ex-cunhado, ex-concunhado, ex-colega, até ex-namorado, se isso não parecer muito surreal. Amigo que começou apenas virtual, amigo-primo (família é isso mesmo!), amigos-sobrinhos (meus amores para sempre!).

Tantos amigos e amigas na minha vida, que seria demais listar a história de todos. Como descrever o momento em que comecei a gostar daquela menina que me detestava nas “reuniões-dançantes” da antiga Cruz Alta? Como explicar que aquela passageira do ônibus percebeu que eu não estava bem e me ofereceu sua amizade, que eu continuo aceitando? E as colegas do pós, de quem não me desgrudo mais? Sem falar nas amigas das amigas, da irmã, ou de quem quer que seja, que acabam se tornando nossas amigas também. Tem como dizer que existe um tempo para determinar se uma amizade é consistente? Há um lugar ideal para se fazer amigos?

Eu, pessoa tão positiva, digo NÃO a essas perguntas. Porque minhas amigas e amigos me provam que não há tempo nem espaço nem explicação para amizade. A amizade se instala em nós independente disso. Sem pensar, sem questionar, sem perceber. Quando nos damos conta, somos amigos. E, uma vez amigos, nos tornamos melhores e aprendemos a dividir sem perdas. Apenas ganhos. E a certeza de que, se existe algum amor que é para sempre... é o amor-amigo.

domingo, 12 de julho de 2009

Prefiro dormir na total escuridão.

Mas é o escuro onde se hospeda

tudo o que não sei sobre você

que tira o meu sono.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Passeando em Salvador

Noite de acarajé, turistas por todos os lados e o pequeno painel:



- Gente, o que é fundim?

- Como que você não sabe? É super comum lá no Sul! É aquela comida preparada numa panelinha, pode ser de carne, queijo, chocolate...

- Ah!!! Fondue... Claro!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

DIÁLOGOS IV


(Amiga 1) – Adoro passear no shopping!

(Amiga 2) – Ui! Eu não tenho paciência. Só vou pro shopping com objetivo específico.

(Amiga 3) – Eu também! E pior que, antes de ir, visualizo exatamente o que eu quero. Se é uma saia, por exemplo, penso em todos os detalhes da saia que quero achar. O problema é que muitas vezes acabo não achando.

(Amiga 1) – Melhor ver as saias das vitrines.

(Amiga 3) – Não. Prefiro definir exatamente o que procuro. Do mesmo jeito que faço quando o assunto é homem...

(Amiga 2) – Sim... Exceto que, nesse caso, fica bem mais fácil encontrar a saia, né?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Una furtiva lacrima



É por uma imensidão de motivos - e também pelo vazio deles - que chego na hora definitiva da lágrima.
Essa lágrima que já chorava dentro de mim antes de sair.
Que não queria chegar ao extremo da fuga.
Não queria se perder de todas as outras que fatalmente conhecerão o lado de fora dos meus olhos.
Não é apenas dor que transborda.
É sangue que vaza incolor.
É o que há em mim de inocente, de crédulo.
Chorar é retornar um pouco à infância.
É esperar o colo e a cura.
É acreditar que é a última vez.
Mas a lágrima continua caindo e fugindo e se perdendo de mim.
Seca no rosto alterado.
Quase arde.
Quase queima.
Porque sempre dói.
A lágrima é sempre salgada.
Nenhuma lágrima sabe ser doce.