Era, definitivamente, um homem sedutor. Apaixonara-se algumas vezes, desiludira-se outras poucas. Preferia aproveitar os momentos ao lado das mulheres. De várias mulheres. Gostava de todas elas. Conversava e ouvia a todas. Não prometia nada a nenhuma. Elas selecionavam palavras perdidas de contexto e as uniam, de modo que coubessem exatamente em seus sonhos com ele.
Ele desenvolvera o dom de seduzir. Convivera muito tempo com mulheres e sabia o que elas precisavam ouvir. E ele dizia, com seu sotaque espanhol, com a voz de quem sabe o que quer e quando quer. Despia as mulheres com seus olhos verdes e famintos. Tocava no lugar certo: de leve na nuca, com gentileza nas mãos, com volúpia na cintura.
Era fácil de as mulheres se apaixonarem por ele. Depois de passarem um tempo juntos, muito juntos, ele prosseguia com suas conquistas e julgava ter ganhado mais uma amiga. Mas, para ela, não havia amizade, havia desejo. Desejo de mais. Desejo de ser ainda o foco do olhar dele. Só que isso não acontecia. Se ele permanecesse com uma mulher por um período mais longo, certamente mantinha outras novas conquistas paralelamente. Sua fidelidade durava apenas o tempo de sua presença.
Era incorrigível e gostava de sê-lo. Não tinha a mínima intenção de mudar. Algumas mulheres, antes de serem apresentadas a ele, eram avisadas: não se apaixone, ele nunca será seu. Ele admirava todas elas: loiras, ruivas, morenas, altas, crespas, baixas... Todas tinham algo que lhe agradava.
Da última vez que foi visto, estava com uma morena de longos cabelos crespos e sem curvas salientes. Sem muita graça, em um primeiro olhar. Contavam-se os dias até que ele fosse visto com outra. Ao ser alertada, a morena disse que sabia o que estava fazendo. Ela insistiu nele, e ele, sem entender direito, deixou a situação se estender. Quando a deixava em casa, seguia o rumo para mais festas e não poupava seu talento. Quando ele marcava com outras, alegava uma terrível enxaqueca para ela.
Sem que ele desse muita importância, se viu trocando presentes de Dia dos Namorados com ela. Conhecera sua família e ela, a dele. Começaram a passar mais tempo juntos. Ele alertava aos amigos: vou dar mais um tempo e terminar com essa história. Não terminava. Começou a gostar. E, de vez em quando, ainda criava uns casos paralelos para não perder o hábito.
Numa das tantas noites calientes de amor, ela vestiu-se e avisou que estava de partida. Sairia da vida dele. Concluíra que estava perdendo seu tempo ao lado dele. Ele sentiu um certo alívio. Mas o alívio veio seguido de susto, de insegurança, de medo. Viu sua menina saindo, virando as costas para ele. Percebeu que nunca havia feito nada para merecê-la. Lembrou de todos os casos, de todas as mentiras mal contadas, de todas as vezes que a deixou esperando.
Percebeu-se carente dela. De uma hora para a outra, se deu conta de que não era mais um garoto e que acabara de perder a única mulher que o fazia sentir-se homem. Foi até ela. Contou-lhe tudo o que ela já sabia e mais. Explicou que nunca vira as coisas de forma tão clara: era ela. Mais ninguém. Nunca mais. Desculpou-se. Implorou. Ela cedeu. Estão completando 10 anos de vida em comum e ela está esperando o segundo filho. “Não se pode perder a fé nos homens”. É o que ela costuma dizer.
Ele desenvolvera o dom de seduzir. Convivera muito tempo com mulheres e sabia o que elas precisavam ouvir. E ele dizia, com seu sotaque espanhol, com a voz de quem sabe o que quer e quando quer. Despia as mulheres com seus olhos verdes e famintos. Tocava no lugar certo: de leve na nuca, com gentileza nas mãos, com volúpia na cintura.
Era fácil de as mulheres se apaixonarem por ele. Depois de passarem um tempo juntos, muito juntos, ele prosseguia com suas conquistas e julgava ter ganhado mais uma amiga. Mas, para ela, não havia amizade, havia desejo. Desejo de mais. Desejo de ser ainda o foco do olhar dele. Só que isso não acontecia. Se ele permanecesse com uma mulher por um período mais longo, certamente mantinha outras novas conquistas paralelamente. Sua fidelidade durava apenas o tempo de sua presença.
Era incorrigível e gostava de sê-lo. Não tinha a mínima intenção de mudar. Algumas mulheres, antes de serem apresentadas a ele, eram avisadas: não se apaixone, ele nunca será seu. Ele admirava todas elas: loiras, ruivas, morenas, altas, crespas, baixas... Todas tinham algo que lhe agradava.
Da última vez que foi visto, estava com uma morena de longos cabelos crespos e sem curvas salientes. Sem muita graça, em um primeiro olhar. Contavam-se os dias até que ele fosse visto com outra. Ao ser alertada, a morena disse que sabia o que estava fazendo. Ela insistiu nele, e ele, sem entender direito, deixou a situação se estender. Quando a deixava em casa, seguia o rumo para mais festas e não poupava seu talento. Quando ele marcava com outras, alegava uma terrível enxaqueca para ela.
Sem que ele desse muita importância, se viu trocando presentes de Dia dos Namorados com ela. Conhecera sua família e ela, a dele. Começaram a passar mais tempo juntos. Ele alertava aos amigos: vou dar mais um tempo e terminar com essa história. Não terminava. Começou a gostar. E, de vez em quando, ainda criava uns casos paralelos para não perder o hábito.
Numa das tantas noites calientes de amor, ela vestiu-se e avisou que estava de partida. Sairia da vida dele. Concluíra que estava perdendo seu tempo ao lado dele. Ele sentiu um certo alívio. Mas o alívio veio seguido de susto, de insegurança, de medo. Viu sua menina saindo, virando as costas para ele. Percebeu que nunca havia feito nada para merecê-la. Lembrou de todos os casos, de todas as mentiras mal contadas, de todas as vezes que a deixou esperando.
Percebeu-se carente dela. De uma hora para a outra, se deu conta de que não era mais um garoto e que acabara de perder a única mulher que o fazia sentir-se homem. Foi até ela. Contou-lhe tudo o que ela já sabia e mais. Explicou que nunca vira as coisas de forma tão clara: era ela. Mais ninguém. Nunca mais. Desculpou-se. Implorou. Ela cedeu. Estão completando 10 anos de vida em comum e ela está esperando o segundo filho. “Não se pode perder a fé nos homens”. É o que ela costuma dizer.
5 comentários:
Em alguns casos, principalmente por aqui, é preciso ter fé demais... Rs.
gostei do teu blog. escreves muito bem mesmo. e tens bom gosto.
beijos
de muito bom gosto teu blog.
parabéns.
É um excelente texto. Gostei.
Até certo ponto parece ser o karma de muitas mulheres: apaixonarem-se por homens que não podem ter. Ou seja, por um tipo de homens que cá em Portugal chamamos de cabrão: bonito, atraente e sedutor, que depois de dar uma queca abandona a mulher e não quer saber mais dela.
Tenho acompanhado o teu blog e tenho gostado do que escreves, pois tens o dom da escrita. Parabéns pelo teu blog! :)
Olá! Tudo bem?
Falando estritamente de composição, pensei em que o conflito é necessário para se escrever enredos. No caso das estórias que envolvem casais, isso se torna muito evidente. Parece-me quase obrigatório haver dificuldades, desentendimentos e separações; porque a dor do rompimento, creio, atua como um ritual que leva à maturidade. E a maturidade, por sua vez, leva à reconciliação...Claro, quando há fé nos homens...
Além disso, o texto trouxe à tona esta frase: "Saudade é a memória do coração"...
Obrigado pelo comentário no meu blog!
beijo,
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