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“Essa aliança só está ainda no meu dedo para eu não ter que dar explicações para as pessoas...”
Não sou eu que vou explicar, portanto, não revelarei o autor dessa frase. Mas, de toda a conversa, essa foi a sentença que tomou lugar em meus pensamentos. Em meio a um turbilhão de emoções, de dores, de lágrimas e de difíceis escolhas que um término traz consigo, ainda há de se pensar no que dizer aos outros – que não fizeram parte da relação.
Sim, as pessoas que nos amam se preocupam, querem saber, querem ajudar, querem aconselhar ou apenas ouvir. Mas há situações em que não se quer dizer nada a ninguém, que é para não ouvir de si mesmo a realidade. Tem horas que a vontade é de ser um superstar e ter um assessor de imprensa: “Divulga aí que foi incompatibilidade de gênios e não se fala mais no assunto”.
Dificilmente um término é suscitado por um único motivo. É uma série de razões. Listá-las e repeti-las apenas renova o sofrer. Isso quando é possível listar razões. Depois de um tempo, olha-se para trás e já não se tem mais certeza do que levou ao fim. O ponto final, por mais que pensemos o contrário, é muitas vezes involuntário e incontrolável. Os fatos nos atropelam. Passado o susto – ou durante – cada um dos dois se percebe sozinho e em pistas diferentes.
É na árdua tentativa de voltar a caminhar que fica latente a pergunta: Como explicar o que o próprio coração ainda está tentando entender?