quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Além


Ontem, quando estava em uma posição de permanência que, para mim, era bem difícil na prática de Yôga, meu instrutor falou: “Agora, esvazia o pulmão e tenta um pouco mais... Veja como é bom saber que se pode sempre ir um pouco além...”. Essa história de ir um pouco além ficou me perturbando, no bom sentido. Por que é que nos esquecemos que podemos ir um pouco mais além e nos limitamos ao que estamos acostumados a fazer?

Pensando nas palavras do meu instrutor, eu até consegui alcançar um ótimo resultado de flexibilidade, levando-me a pensar que, em outras circunstâncias da vida, resultados melhores também são possíveis, desde que tentemos ir um pouco mais além. Pode nem ser com o pulmão vazio. Podemos respirar bem fundo e dar um passinho a mais.

Como na fase de vestibular, por exemplo, em que algumas pessoas levam anos estudando, sem obter o desejado resultado positivo. Algumas desistem ou partem para outro curso: não desejado, mas de mais fácil acesso. É um bom momento para pensar: “Respire fundo e vá um pouco além”. Ali pode estar a aprovação.

Quando alguém pede por ajuda e nós fazemos exatamente o que nos é pedido. “Ir um pouco além” pode ser a alegria que faltava para o outro. E provavelmente não nos custará nada. É apenas um pouquinho mais de esforço, um pouco mais de boa vontade, um pouco mais de doação.

Se você acha que fez tudo o que poderia fazer em um de seus projetos de trabalho, tente ir um pouco além. É quando você pode dar um toque que fará toda a diferença. Aquele toque final que pode ser exatamente onde mora o seu sucesso.

Como naqueles dias em que não estamos nos sentindo bem, quando a vontade é ficar na cama e não ver ninguém. É bom saber que se pode ir um pouco além... O esforço para levantar, para tentar ficar melhor. E de fato ficar melhor. E viver melhores momentos no dia que você criou do que seria se tivesse permanecido sobre seus lençóis.

É como nos momentos de crise de um relacionamento a dois. Vocês acham que não tem mais jeito, que não é mais possível, que é insuportável permanecerem juntos. E se tentarem ir um pouco além? E se você tentar se aproximar daquela pessoa com quem você divide seus dias? Aproximar-se mesmo, com um toque, um beijo, um cartão. Ir além e dizer “Eu ainda te amo”.

O problema é que não há instrutores na vida real. Não há quem nos diga para esvaziarmos nossos pulmões e darmos um pouco mais de nós, irmos além. E nos acostumamos a viver nos limites que nos impomos. Naqueles que nos impedem de dar um sorriso a mais, de ficar um pouco mais de tempo acordados, de olhar um pouquinho mais para o outro, de ser um pouco mais felizes... Só depende de lembrarmos que se pode sempre ir um pouco mais além.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bianca
Já te falei pessoalmente mais volto a repetir seu blog me deixou viciada...rsrsrs
Seus textos são excelentes e nos fazem refletir sobre a vida e sermos mais felizes...
Obrigada por alegrar meus dias!!!
Su

Anônimo disse...

Bianca!!!
Quando chego em casa, vou logo para o pc para ver teu blog!!!
E hoje não foi diferente...e para minha surpresa!!! era tudo o que eu precisava ler...
Bi... vc é muito especial na minha vida!!!
Em primeiro por ser minha cunhada...por ser dinda dos meus filhos... e outra por ser minha escritora preferida!!!

Fábio Santana disse...

Oi, Bianca..

Uma boa prática de Yôga não deve apenas ensinar uma técnica em si. Deve proporcionar auto-estudo. É o que você sempre faz. Sem querer você observou duas caracteristicas legais de um yôgin, o auto-estudo e a auto-superação, o esforço sobre si mesmo em TODAS as coisas! ;)
Belo texto!
Fábio Santana
Instrutor de SwáSthya Yôga