segunda-feira, 27 de abril de 2009

Depois da aliança


“Essa aliança só está ainda no meu dedo para eu não ter que dar explicações para as pessoas...”

Não sou eu que vou explicar, portanto, não revelarei o autor dessa frase. Mas, de toda a conversa, essa foi a sentença que tomou lugar em meus pensamentos. Em meio a um turbilhão de emoções, de dores, de lágrimas e de difíceis escolhas que um término traz consigo, ainda há de se pensar no que dizer aos outros – que não fizeram parte da relação.

Sim, as pessoas que nos amam se preocupam, querem saber, querem ajudar, querem aconselhar ou apenas ouvir. Mas há situações em que não se quer dizer nada a ninguém, que é para não ouvir de si mesmo a realidade. Tem horas que a vontade é de ser um superstar e ter um assessor de imprensa: “Divulga aí que foi incompatibilidade de gênios e não se fala mais no assunto”.

Dificilmente um término é suscitado por um único motivo. É uma série de razões. Listá-las e repeti-las apenas renova o sofrer. Isso quando é possível listar razões. Depois de um tempo, olha-se para trás e já não se tem mais certeza do que levou ao fim. O ponto final, por mais que pensemos o contrário, é muitas vezes involuntário e incontrolável. Os fatos nos atropelam. Passado o susto – ou durante – cada um dos dois se percebe sozinho e em pistas diferentes.

É na árdua tentativa de voltar a caminhar que fica latente a pergunta: Como explicar o que o próprio coração ainda está tentando entender?

5 comentários:

Ni.blogspot.com disse...

Até chegar ao ponto final, passa-se por muitas vírgulas, parênteses, reticências, ponto de exclamação, de interrogação. Este permanecerá mesmo após o ponto final.
Mãe

Emmanuel Mirdad disse...

Antes, lhe agradeço pelo comentário que fez lá no blog. São sempre bem vindos, e aquele poema específico é o meu favorito, de todo o livro.

A percepção de que estou só, depois de toda minha vida compartilhar, é dilacerante. Estou fora do chão, mas ao mesmo tempo pesado e crespo. O pior é a noite. Como adormecer tão só?

Discordo. Explicar é fácil. Aceitar, às vezes, que é impossível. E daí se origina a miserável companhia eterna; a mágoa. Definitiva.

Obrigado por essas reflexões breves deste texto.

Concha disse...

Parafraseando Blaise Pascal:

"O coração tem razões que a própria razão desconhece".

O raciocínio lógico e a emoção.
Beijos

Anônimo disse...

bem, menina, o negócio é aprender caindo, não é? pois é, e toda queda só serve para que aprendamos a nos levantar. ;-)

Anônimo disse...

Bianca,
De todos os que li até aqui, esse é o que tem dimessão maior pra mim. Qual mulher saberia o momento certo de fechar a porta e colocar uma fachadura? Não! Essa força ela não nasce naturalmente da mulher e como FORÇA não se vende na prateleira do supermercado... Uma linda mulher é aquela que sabe o que deve fazer e mesmo com o mar de sangue em sua frente, faz da sua dor uma alavanca para impulsionar o seu sucesso! Sucesso é fazer sua vida valer o curto espaço de tempo que ficamos na terra. As vezes a verdade é tão certa e tão pronta para os outros e para nos não passa de muitas incertezas. A única verdade que é pronta pra mim, HOJE, é que a única coisa que nos caracteriza como únicos é a atitude que tomamos. A diferenta está na atitude! Tomar a atitude; não esperar que ninguém faça isso pela gente.